terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Democratização da comunicação x concentração midiática: ao ataque!

Sorria, você está sendo manipulado! (Charge: autor desconhecido)

*Por Artur Pires 

No Brasil, a imprensa empresarial, também denominada grande imprensa, domina, de modo quase que soberano, a produção e a veiculação daquilo que deve ou não ser noticiado na agenda midiática nacional. E mais: escolhe a dedo seus heróis e cria, com muita leviandade e nenhuma ética, seus vilões. Os maiores veículos do País, em termos de poderio econômico, se doutoraram nessa prática. Os movimentos de base e/ou sociais e qualquer luta advinda da massa trabalhadora são os seus alvos preferenciais.

A criminalização desses movimentos pela mídia é o carro-chefe de uma empreitada que visa a desqualificar qualquer atividade que parta da sociedade civil organizada ou do povo, que contrarie os interesses desses grupos. Esses veículos midiáticos usam de seu convincente poder de persuasão para ludibriar grande parcela da sociedade brasileira que, inoculada pelo veneno deletério das informações repassadas ao modo elitista e conservador, muitas vezes dá as costas a movimentos legítimos de defesa e luta do povo. 

Veículos de comunicação das famílias Civita (Grupo Abril/Veja), Frias (Grupo Folha), Marinho (Organizações Globo), Mesquita (Grupo Estado) e suas ramificações regionais (Grupo RBS no Rio Grande do Sul; Sistema Verdes Mares no Ceará – Grupo Edson Queiroz; Grupo Mirante no Maranhão - clã Sarney; e Rede Bahia no estado homônimo – família Magalhães, só para ficar em poucos exemplos) falam e fazem o que querem, à revelia, sem o mínimo compromisso ético-jornalístico com a verdade, pois são parte de um oligopólio na produção, na distribuição e na veiculação da informação no País.

Ademais, praticam indiscriminadamente a propriedade cruzada, que é quando o mesmo grupo controla diferentes mídias, como tevê, rádios e jornais. Na maior parte dos países que buscaram democratizar os seus sistemas de comunicação, há limites a essa prática por se considerar que ela implica numa menor diversidade de informação. No Brasil, infelizmente, ainda não existem limites. A propriedade cruzada só contribui e reforça a formação de oligopólios de comunicação, como os retratados acima.

O poder econômico, político e de influência desses grupos é tão grande e nocivo à democratização da comunicação que eles dão de ombros às iniciativas que procuram desmascarar toda essa conspiração do controle eterno; confiam nos seus lobistas poderosos em Brasília para não deixar passar nenhum projeto que ponha em xeque esse controle.

Mídia e seu ódio ao MST (Charge: Latuff)

A revista Veja, grande baluarte dessa mídia empresarial e ultraconservadora, é useira e vezeira no ofício de atacar todo e qualquer movimento social e sindical. Caso emblemático: quando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) completou 25 anos, em 2009, esse ícone da imprensa empresarial brasileira fez questão de produzir matéria de capa que foi um verdadeiro libelo anti-MST. Acusando o movimento de capitanear a “falsa bandeira de sua incansável luta pela reforma agrária”, a revista afirmava que o “movimento conseguiu permanecer impune das ações criminosas que cometeu ao longo de sua existência”.

Contestando a revista dos Civita, a integrante da coordenação nacional do MST, Maria de Jesus dos Santos Gomes**, alerta que no momento há um “avanço da criminalização dos movimentos sociais, onde todos os meios de comunicação estão orquestrados nesse mesmo rumo”. Segundo Maria de Jesus, os movimentos de base, as associações de trabalhadores e a sociedade não podem ficar alheios a essa cruzada macarthista anti-movimentos sociais. “Tem de haver uma reação não só dos movimentos, mas de toda a sociedade”, assevera.

Endossando as palavras da coordenadora, o economista e membro da direção nacional do MST, João Pedro Stédile**, afirma que essa perseguição ocorre porque estes movimentos desafiam e contestam a ordem social vigente. “O MST é um mau exemplo para os capitalistas porque o MST está há mais de 25 anos sempre lutando”, diz. De acordo com ele, “a grande imprensa todo dia fala mal da gente para que o povo brasileiro se afaste do MST”. Stédile pontua que os “capitalistas” ainda usam o Poder Judiciário e a polícia para cerceá-los.

As palavras de Stédile são mais do que pertinentes quando analisamos a recente decisão da Justiça paulista no caso Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), quando a PM, após ordem judicial, expulsou com muita truculência e ojeriza a pobres, como de praxe, milhares de famílias de um terreno inutilizado. A área é da massa falida da Selecta, holding que englobava 27 empresas pertencentes a Naji Nahas. Segundo a Carta Capital, os representantes dos moradores do assentamento argumentam que a Selecta se apropriou indevidamente das terras, que antes pertenciam a um casal de alemães assassinado em 1969. A título de contextualização, Naji Nahas é um ex-megaespeculador financeiro conhecido por operações fraudulentas que envolviam uso de “laranjas”, bolhas especulativas e lavagem de dinheiro em paraísos fiscais. Foi condenado a 24 anos e oito meses de prisão em 1997, recorreu da decisão em liberdade para depois, em 2004, ser inocentado pela mesma Justiça (justiça?).

O que faz a mídia empresarial diante de todo o caso? O de costume, lógico. Age contra o povo, a favor dos donos do capital. Ou seja: se omite a esclarecer toda a ficha criminal pregressa de Nahas, além de também se esquivar a deixar claro que o terreno, de mais de 1 milhão de , por muitos anos esteve inutilizado, sem qualquer indício de ser aproveitado, o que caracteriza um latifúndio improdutivo e, portanto, passível de ocupação. Por fim, se presta ao papel de porta-voz do governador tucano paulista Geraldo Alckmin para dar espaço para ele ir à tevê e aos jornais dizer que “possíveis abusos policiais na desocupação serão investigados e, se comprovados, punidos”. Alckmin esquece que o Dia da Mentira é só 1º de abril.

Autor de diversos livros, entre os quais Comunicação Sindical - Falando para milhões e fundador do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), entidade com sede no Rio de Janeiro que promove cursos com foco, principalmente, na democratização da comunicação e na comunicação sindical, Vito Giannotti analisa que a “mídia empresarial” age sob esse modus operandi porque “sindicatos, movimentos populares, estudantis, movimentos como o MST ou os sem teto das cidades contestam a ordem existente”, a ordem social que a “mídia patronal” tenta conservar. Giannotti afirma que essa perseguição acontece porque o intento da mídia hegemônica é “criminalizar, condenar, pedir o extermínio de todo movimento contestador”.

O mais absurdo e revoltante de todo esse quadro de concentração midiática é que toda iniciativa que vise a democratizar e regular a comunicação, como o debate sobre a implantação dos conselhos estaduais de comunicação, é taxada pela “grande imprensa” de censura, tolhimento à liberdade de expressão, dentre outras falácias. O que essa mesma imprensa não fala e faz questão de esconder é que, em diversos países ao redor do mundo como os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha e até nossos vizinhos Argentina e Uruguai, onde o conceito de mídia é bem mais democrático, há órgãos reguladores de comunicação, que atuam, principalmente, no combate à concentração e na regulação do conteúdo.

Uma das maneiras de fugir dessa verdadeira ditadura imposta pela chamada “grande mídia” é democratizar a produção e o acesso aos meios de comunicação; afinal, o direito à comunicação não é privilégio de poucas famiglias que, de tão envolvidas em tramóias, conchavos e corruptelas, fariam inveja a Don Corleone. Hoje, várias iniciativas trabalham nesse sentido e já há conhecimento de fatos a partir de outros pontos de vista, através de agências de notícias, rádios comunitárias, jornais e revistas alternativas ligadas a movimentos sociais, organizações não governamentais, comunidades eclesiais de base etc.

Entre as entidades que trabalham por uma democratização da comunicação no Brasil, destaco a atuação do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, organização formada por ativistas e profissionais com formação em Comunicação Social e outras áreas, com membros espalhados em 15 estados brasileiros e no Distrito Federal. Para quem não conhece, vale a pena dar uma fuçada no site deles e conhecer um pouco mais sobre a atuação, os projetos e as publicações dessa galera.

Contudo, o caminho a ser percorrido para a efetiva democratização dos meios de comunicação no Brasil ainda é imenso e espinhoso. Um bom início para essa longa jornada seria a rediscussão do próprio papel da escola na formação de estudantes com uma leitura crítica da mídia, algo hoje confinado tão-somente às paredes dos cursos de Comunicação Social... e olhe lá, dependendo da instituição, nem isso! À luta, pois! 

** As declarações da integrante da coordenação nacional e do membro da direção nacional do MST, Maria de Jesus dos Santos Gomes e João Pedro Stédile, respectivamente, foram obtidas para texto originalmente publicado na revista Nossa Voz (1ª edição/2010), da Associação dos Funcionários do BNB (AFBNB)


Abaixo, reproduzo, na íntegra, pequena entrevista realizada com Vito Giannotti, publicada originalmente na revista Nossa Voz, da Associação dos Funcionários do BNB (AFBNB), em 2010. A entrevista girou em torno da criminalização dos movimentos sociais:  (Foto: autor desconhecido) 

1 - Quais os principais argumentos utilizados pela grande mídia para criminalizar os movimentos sociais e/ou de base? 

Vito Giannotti: Antes de ver os argumentos, é interessante ver os motivos que levam a mídia empresarial a criminalizar os movimentos sociais. Não podemos usar tranquilamente a expressão “grande mídia”. Essas duas palavrinhas, além de já quebrar a moral de quem não pertence a este mundo, servem muito bem para esconder a realidade. A chamada grande mídia é grande sim. Do tamanho do capital dos seus donos.

Esta mídia tem dono. Este dono pertence a uma classe e esta classe tem interesses de classe a defender. Então vamos logo chamar esta mídia pelo seu nome: mídia empresarial, mídia comercial, mídia corporativa (das grandes corporações), mídia patronal ou simplesmente pelo nome mais clássico de mídia burguesa.

Esta introdução já dá a pista de porque esta mídia criminaliza os movimentos sociais. É óbvio. Porque sindicatos, movimentos populares, estudantis, movimentos como o MST ou os sem teto das cidades contestam a ordem existente. A ordem que toda a chamada grande mídia quer conservar.

Esta sociedade está ótima para os donos da mídia e uma pequena roda em volta deles. É por isso que tem que criminalizar, condenar, pedir o extermínio de todo movimento contestador. Toda greve será tachada de baderna. Provocará o caos. O desabastecimento será culpa da greve dos petroleiros. Se um velhinho vier a morrer na fila do gás, a culpa será dos grevistas. Não do governo que se recusa a cumprir o acordo firmado na última greve.

Toda ocupação de terra pelo MST será uma invasão praticada por vândalos, vagabundos, violentos, que invadem terras produtivas e não querem trabalhar.

Claro, qual é um dos pilares desta sociedade injusta , entre as mais injustas do mundo? É justamente a defesa da propriedade individual sagrada. Não a Reforma Agrária. Sempre. É esse o motivo de a mídia estar sempre em campanha para desqualificar, ridicularizar, condenar, enfim, criminalizar o MST. 

2 - Quais seriam as alternativas mais viáveis para conter essa criminalização dos movimentos por parte da grande mídia? 

VG: Há vários passos a serem dados para diminuir o estrago que a mídia empresarial faz contra os movimentos sociais. Primeiramente é necessário se convencer de que a mídia empresarial é isso mesmo. Ela faz o que quer. O que seu dono quer. Não há ilusões sobre a imparcialidade, neutralidade, objetividade da mídia dos patrões. A mídia tem lado. E é um direito dela batalhar para manter a sociedade como está. Ela faz isso com todas as armas. A ética é uma ficção. Não há ética na “grande mídia”. Por acaso qual é a ética numa guerra? É uma só. Matar o máximo de inimigos possíveis. É a mesma ética na mídia. Exterminar o inimigo de classe. Com mentiras, calúnias, omissões, distorções. Esta é a ética do capitalismo. O resto é ficção. Ilusão. Qual a ética nos tanques que invadem Gaza? Qual a ética num jovem imigrante clandestino nos EUA que se alista no glorioso exército estadunidense para ir ao Afeganistão matar gente? É assim que ele conseguirá sua bela cidadania. E a ética? A mesma da revista Veja que diz que “eram seguranças” os matadores de aluguel que foram mortos por acampados na fazenda Consulta, em Pernambuco, no final de fevereiro. Não, não eram seguranças. Só um era. Os outros estavam lá para matar. Pagos por quem? Qual fazendeiro os mandou lá matar? Isso a Veja não diz. E a ética jornalística.

E a missão do jornalista? Não há ética. Só a ética dos interesses do dono. O resto é conversa fiada. Depois de ter abandonado qualquer ilusão de implorar um comportamento ético, é possível tentar exigir a aplicação da legislação existente para se defender juridicamente. Mas, de novo sem ilusões. Um habeas corpus tira qualquer criminoso ou incriminado de qualquer prisão. Assim como a mídia é de classe, a Justiça também é de classe. Por acaso o juiz Lalau está preso? Por acaso ele teve que devolver o que seria dinheiro público? Só num outro mundo. 

3- Em que se baseiam os grandes veículos de massa do País para atacar movimentos legítimos de luta e defesa do povo? 

VG: Unicamente nos seus interesses e na sua força. E, sobretudo, no poderio da máquina de comunicação, composta por todas as televisões privadas, os jornais comerciais e as rádios.

É preciso uma nova ordem absoluta e total das concessões de radio e TV. É preciso que haja financiamento público, via propaganda de todas as formas de comunicação populares. Só assim os trabalhadores poderão comunicar suas idéias, sua visão de mundo.

Sem isso nos resta beber o que os Marinho, os Frias, os Mesquitas e toda a irmandade da “grande mídia” nos enfiam goela abaixo. 

4 - Grande parte da sociedade civil, por inconsciência ou falta de espírito crítico, acaba por cair na armadilha das notícias forjadas pelos meios de comunicação elitistas como Veja, O Globo, Folha, Estado de S.Paulo, dentre outros. Como a imprensa alternativa poderia reverter essa situação? 

VG: A imprensa alternativa precisa existir. É preciso perder as ilusões de ter um espaçozinho na “grande mídia” e criar sua própria mídia. Criar todo um mosaico de instrumentos de comunicação, do rádio à TV, do jornal ao cinema, das músicas à revista. Usar tudo: camisetas, broches, bandeiras, faixas e todo o arsenal da Internet, da página ao blog, do boletim eletrônico ao orkut, de um filme no youtube a um festival de samba, rock, ou funk. Tudo. 

Mas para isso é preciso se especializar muitíssimo. Não basta fazer qualquer comunicação. Nossa comunicação deve ser extremamente bem feita. Deve falar da vida, dos interesses da vida, e não de teses mortas. Deve ser muito atrativa, porque a mídia deles é muito bem feita. Eles têm dinheiro para tanto. Nós temos que aperfeiçoar sempre nossa comunicação. Cuidar desde a linguagem até a distribuição.

Se queremos mudar esta sociedade precisamos convencer milhares e milhões de que a sociedade que está aí não serve para a grande maioria. Ela é ótima para somente uns 20 ou 30%. Para o resto, é o desastre que conhecemos. Devemos mostrar que outra sociedade É POSSÍVEL. Que é necessária. E mostrar passos concretos para mudar esta sociedade desde suas raízes.

Ou seja: se contrapor a tudo o que a tal “grande mídia” defende. Se contrapor à Veja, à Época e todas as revistas irmãs. Se contrapor à Folha de São Paulo com sua defesa da “Ditabranda”, e a toda a mídia patronal, empresarial, comercial, burguesa. A vitória? A história caminha por séculos, não por dias ou meses. Mas, se não se fizer o que precisa ser feito hoje, o relógio da História atrasará.

*Artur Pires é jornalista e também total e veementemente a favor da democratização da comunicação no Brasil

Nota: Abaixo, compartilho o documentário da rede britânica BBC, “Muito Além do Cidadão Kane” (Beyond Citizen Kane, no original em inglês), de Simon Hartog. O documentário, de 1993, narra diversos momentos obscuros na história da Rede Globo, desde a sua fundação, através de uma parceria com um grupo estadunidense – algo proibido pela legislação brasileira -, passando pelo seu apoio à ditadura militar; pela cobertura falaciosa das Diretas Já, quando a emissora transformou um grande comício pelas eleições diretas numa comemoração pelo aniversário de São Paulo; pela edição do debate vergonhosamente favorável ao então candidato Collor na eleição presidencial de 1989, na qual enfrentava Lula; entre outras maracutaias da toda-poderosa. O documentário é proibido de exibição no Brasil desde 1994, após determinação da Justiça (justiça?). 



3 comentários:

  1. pacotão! texto, entrevista e vídeo... muito bom!

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  2. Muito bom, Artur. Vale incluir no "pacotão" o desinteresse e omissão até mesmos das escolas de jornalismo para esse "espírito crítico" que você chama. Uma epidemia de faculdades desqualificadas, e outras ligadas a poderosos grupos de comunicação, deturpam em sala de aula o papel do jornalismo para o social, ao passo que favorecem uma formação quase inteiramente embasada em princípios mercadológicos. Escolas que integram uma elite historicamente esforçada em se apropriar dos meios e vozes de oposição às desigualdades. E que multiplicam, assim, o número de profissionais apáticos e mais preocupados com as próprias garantias, em subserviência aos desejos das oligarquias de comunicação. Valores corrompidos e interesses particulares incutidos. Na prática, funciona como a Teoria da Bala Mágica voltando-se contra a própria mídia.

    Abraço!

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  3. Poisé, William, foi logo barba, cabelo e bigode: pacote completo. Valeu!

    Bárbara, primeiro agradeço pelas considerações. Concordo integralmente com todas elas. É isso mesmo: os cursos de Comunicação Social não conseguiram fugir da tal "mercantilização da educação"; cada vez mais vemos jornalistas despreparados, sem o mínimo senso crítico para lidar com essa "mercantilização da notícia".

    Gostei da analogia com a Teoria da Bala Mágica, mas acho ainda mais pertinente pensar esse assunto de acordo com uma teoria do Gramsci, segundo a qual a mídia é um poder hegemônico social - seria o Quarto Poder; e só poderemos mudar essa sociedade quando derrotarmos essa hegemonia midiática e implantarmos uma nova mídia, mais democrática, plural e voltada para o social.

    Abraços!

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